quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Hoje é domingo é dia de feira...


Manhã de domingo, meus olhos brilhavam na esperança que meu pai me desse 50 centavos – ta pensando o que, a moeda naquela época era forte – já sentia o gostinho do picolé da feira, melhor ainda quando vinha premiado ou sem pestanejar, fraudávamos um – “olha só! Você encontrou um premiado, tome outro de brinde” – era arriscado, mas soava muito gostoso e com cobertura de caramelo então, arriscado? Sim, no entanto não tínhamos nem a noção nem o interesse – naquele filme Quebrando a Banca, aqueles sim, tinham a intenção, éramos movidos pelo sabor gelado, nada a mais que isso. Meio dia, aquele sorrisinho no cantinho da boca, o docinho que mainha servia após o almoço de domingo era a melhor parte, pena que era só no domingo – mas, ser só um dia é o lado bom da coisa toda – o domingo, sem dúvidas, era o meu dia predileto, como se refere o meu sobrinho a qualquer coisa “huuuuum é o meu predileto”, nunca que entendo isso, será aquele senso de não desagradar, será que ele acha a palavra bonita ou é mesmo o predileto dele? Logo mais tarde me reunia com os guris mais novos – o sorriso o mais medonho possível – é agora que eu me vingo dos tempos de ditaduras, ser o mais novo é doído, mas tem seus pontos bons. “Vamos lá garotada, vocês têm uma missão, só os fortes sobreviveram, só com trabalho em equipe e muita coragem vão conseguir chegar vivos”, essa era a minha oratória antes de qualquer missão, o brilho - não sei se de emoção ou de medo – suas expressões faciais, seus olhinhos remelentos e seus shortinhos no rego, com certeza era o código de barra da minha tropa, sempre pronta é claro, pras maiores missões. Suas tarefas bem desenhadas em forma de mapa, todas preparadas com antecedência para dar tudo certo – o problema seria quando no mapa apontasse 20 passos em direção ao baixão, se nos 15 já estavam na beira d’água, a barrigada era muito refrescante – servia também de desculpa para as mães. Lá pelo meio da tarde, paquerava as meninas que passava na ponte, tinha uma vergonha quando uma delas olhava – só se via o pulo para traz das gramas, vapu! No entanto não segurava os hormônios, era inevitável – mais adiante, já com responsabilidades a fundo, mainha pegava no meu pé para estudar, como eu queria entender aquilo, hoje um pouco mais velho entendo. A noitinha um banhozinho, uma roupinha limpa, afinal é dia de domingo vamos à rua ver umas mocinhas, quem sabe não é hoje que vou ter o meu primeiro coito, muito difícil, mas desistir nunca – sempre me lembrava daquele discurso para minha tropa, e não sei o que eles viam naquilo, no entanto tirava muita força. La na pracinha da igreja, um monte de meninas – pelo menus metade delas tinha a mesma intenção que as minhas, difícil era o contato, tu-tu tu-tu tu-tu o coração tava disparado ao ver aqueles lábios entre abertos quase tocando os meus, pensava se ia devagar ou não. Na volta para casa a preocupação – era véspera da minha viagem - ia mora fora - fazer cursinho numa cidade maior, sem saber já mais que lá teria a necessidade de escreveria relatos sobre minha vida, portanto evolução é sempre a palavra chave, adaptação vem junto a essa ação e acomodação, nunca!

Um comentário:

  1. Duão cmo sempre amei, muito bem criativo, vc era malvado né? ahsuah ammeei, PARABENS e lembre-se do que falei: vc tem futuro! adoro vc

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