terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Livro ou resumos. Por a mão ou não?



Uma citação, como sempre dos professores, me chamou muito a atenção, pois ela comparava a vida sexual, sua ou de quem fosse, a leitura ou não dos livros e, a atenção ou não aos resumos.

-- Professor, você tem o resumo dos livros que cairão na UNEB?
--Na internet é fácil de achar, só que aconselho a ler os livros, mesmo tento pouco tempo para tal! “Piadinha de professor de cursinho. Imagina só você não tranzar com sua namorada, ir perguntar ao ex dela se ela faz gostoso, é o mesmo que ler os resumos, então faça o que tu queres, to aqui pra aprender, não pra julgar”.


Tenda dos Milagres - Análize Literária (não deixa de ser um resumo)

Romance, inscrito em 1969, palco de atrocidades raciais, religiosas e políticas, o livro adaptado em várias línguas, Tevê e Cinema, conta a historia de Pedro Arcanjo, mulato, cachaceiro e viril que declara guerra – grita em veneração à miscigenação - aos adeptos dos preconceitos ao prova a ascendência negra da Aristocracia Baiana.
É a história de Pedro Arcanjo, um mulato de muitos amores - alguns contidos em nome da amizade-, que documentou a cultura popular e provou a ascendência negra da aristocracia Baiana do início do século XX. O herói pobre, boêmio e erudito assumiu o preço de colocar o dedo na ferida dos hipócritas inimigos da mestiçagem.
A estória de Pedro Arcanjo começa muitos anos após a sua morte. As suas obras amargavam o mais profundo anonimato, quando J.D. Levenson, um professor da Universidade de Columbia nos Estados Unidos, descobre a existência de quatro livros escritos por Pedro, que documentavam a formação e miscigenação do povo Baiano. Levenson, então resolve vir ao Brasil e levar em frente a sua investigação acerca da vida de Arcanjo. A pesquisa coincide com a festa do centenário de nascimento de Arcanjo. A mídia escrita, falada e televisiva, aproveita-se da situação para ovacionar Pedro Arcanjo como um dos grandes nomes da literatura baiana.
Tanto tempo relegado à segundo plano pelos próprios conterrâneos, o escritor mulato, cachaceiro e mulherengo, de uma hora para outra passou a ser valorizado graças ao reconhecimento do professor americano; prova mais concreta do colonialismo em países subdesenvolvidos e falta de consciência crítica. Atitude reprimida por Pedro, quando vivo.
Na adolescência, Pedro conheceu Lídio Corró, um riscador de milagres da ladeira do Tabuão. Tornaram-se amigos inseparáveis e cúmplices na guerra contra o preconceito racial e religioso. Frequentadores assíduos do candomblé da Yalorixá Magé Bassã, e da capoeira de Mestre Budião, os dois faziam de um tudo para provocar a aristocracia Baiana do início do século XX.
Pedro conseguiu trabalho como Bedel da Faculdade de Medicina, onde o contato com professores e catedráticos, despertou-lhe o interesse pela leitura. Não demorou muito e já escrevia o seu primeiro livro. A impressão do livro era feita lá mesmo na Tenda dos Milagres, na Ladeira do Tabuão, número 60. E foi justamente por causa desse livrinho que a alta aristocracia baiana declarou guerra ao "Negro Arcanjo". Segundo um professor renomado da Faculdade de Medicina, um tal de Nilo Argolo, "Os negros e mulatos tinham tendência hereditária para o crime e não deveriam conviver na mesma sociedade que os brancos. Deveria o governo deportá-los para a região norte do país, que ainda não havia sido explorada, para eles conviverem entre sí, longe da raça pura..." O professor Argolo não imaginava, porém, que na Bahia não existe raça pura, pois são todos frutos da mistura das três raças formadoras do Brasil, e a que mais predominava, evidentemente era a negra.
Para provar à sociedade que na Bahia inteira não existia raça pura, Arcanjo fez uma investigação sobre a árvore genealógica das principais famílias baianas. Conclusão: 87% da população era mestiça e apenas 13% era da raça branca, pois tinha ascendência direta de países da Europa. O melhor de tudo foi Pedro descobrir que tanto ele como o medíocre professor Argolo tinham um bisavô comum de cor negra, o que significava que eram primos.
Entre prisões e diversas arbitrariedades, Arcanjo levou a sua guerra até o ultimo dia de sua vida. Muitos amigos seus haviam sido assassinados, perseguidos e massacrados, mas o velho Arcanjo ainda sonhava com um mundo perfeito. Segundo muita gente, boa parte da Bahia foi povoada por Arcanjo, que misturou o seu sangue com branca, índia, parda, e também uma Finlandesa chamada Kirsi. Pedro Arcanjo morreu pobre e esfarrapado, esquecido por seus inimigos, mas lembrado pelo povo.
Jorge Amado, na obra Tenda dos milagres, não seguiu uma narrativa linear, pois entremeou fatos da vida do escritor Pedro Arcanjo com a pesquisa feita pela imprensa oportunista sobre a sua vida. A estória é uma ficção calcada na realidade sociocultural do povo brasileiro.

Referencias
http://br.geocities.com
http://pt.wikipedia.org


Download do Livro aqui
http://tutomania.com.br/download.php?cod=8582

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