terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Paciência: vícios e objetos (doces ou travessuras)
O distúrbio no pescoço no qual a cabeça é inclinada para um lado e o queixo elevado e virado para o lado contrário. Causar dor intensa no pescoço que se irradia para a musculatura da região dorsal podendo ser congênito ou adquirido, no entanto no meu caso foi adquirido ao passar duas horas olhando para o ventilador e imaginando qual a coerência que ele teria, afinal de contas, ele passou a noite toda ventilando para um lado só, que torcicolo ele deve esta sentindo! Coisa que um botão analógico resolveria. Como? Canso de ouvir reclamações, pancadas, gritos (esse ventilador não ventila) tenho medo de vê-lo voando pela janela, seria a ultima coisa a fazer já que o antropomorfismo ao qual atribuíram no coitado usa da mais alta “pleonasmidade” para incrivelmente e inimaginável introduzir vento em; refrescar, renovando o ar contido em recinto fechado ou simplesmente ventilar, no três se possível.
Outro ato considerável aqui em casa já passou de uma simples sonoplastia e virou a mais alta jazida de vícios na pior das obras do miserável Camões, resumem-se em prestar bem a atenção os barulhos dos móveis, móveis! E falei móveis, sendo arrastados pra qualquer parte da casa, entonando e invejando tenores pelo mundo a fora, todavia até agora isso não me agride em nada a não ser os berros da nossa melhor artista - uma estudante de economia- é incrível o que uns fones nos ouvidos liberam um Ser devastador de tímpanos e comedor de criancinhas. O meu senso cultural é tão massacrado aqui, que às vezes não aturo e num ato de covardia escrevo a respeito de cada massacre feito a algo que venha ser um bem comum, hoje, e todo dia é a dita e amalgamada fala que faz da CESG um antro dos mais puros vícios lingüísticos.
Mesmo tendo uma aptidão pra instrumentos musicais, não consegui fazer nenhuma música com os barulhos que aqui são propagados. De poucas a vezes que fiquei uma manhã sozinho em casa o telefone não me deixa estudar, tenho certeza que o ventilador tem inveja dele, pois o volume dele vai até o cinco e se tivesse mais com certeza iria – tiririnrinrinrinrinrinrinrin, imagine isso num intervalo de 30 segundos uma manhã inteira, na maioria das vezes é a secretaria “eletrônica” da Telemar, avisando que não consta pagamento da fatura desse mês, fazer o que, corruptos desde pequenos, isso não é calunia, eu provo. Porem viver aqui tem um lado bom, você descobre todos os seus temores, acaba mostrando na maior parte do tempo uma sua natureza oculta e enigmática e todo e sempre barulho, barulho e mais barulho. Uma única vez na vida queria não ter o sotaque – ao qual me orgulho- pra ver de um outro referencial ou mesmo de cima da ladeira o quão é engraçado os sons da que de casa, agora entendo a nossa fama de percussionistas acho que não da pra tirar outra coisa disso aqui.
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